quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

Verdades da "direita" e da "esquerda" (1933)


Plínio Salgado

Em vos falando da verdade, pergunto-vos: existe uma verdade da “direita” e outra da “esquerda”? Onde está a verdade? Como atingirmos a verdade?

Respondo-vos, dizendo que não existe uma verdade da “direita” ou da “esquerda”, porque no sistema do mundo,  na essência do cosmos, não existe nem “esquerda” e nem “direita”, e sim condições de movimentos e processos de expressão de forças eternas, de um modo imutável.

A Verdade está no Absoluto das coisas e nós a atingiremos pela Concepção Integral do Universo.

Eis aí como o nosso Integralismo supera todas as correntes de ideias que costumam evocar, para estabelecer comparações, os poucos versados em nossa doutrina.

Não nos limitamos ao terreno econômico e social, porquanto partimos da esfera filosófica e estabelecemos um sistema de consideração do mundo, segundo o qual subordinamos o nosso pensamento político. Esse sistema não se submete ao ângulo estreito das concepções unilaterais, nem tampouco se restringe ao agnosticismo debilitante da burguesia epicurista ou empírica.

O nosso pensamento tem o sentido expressivo deste século, cujo espírito os pensadores da Europa ainda não apreenderam. Esse  espírito é de Síntese.


SALGADO, Plínio. A Quarta Humanidade. 1. ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 1934; págs. 90 e 91. A passagem transcrita faz parte da Conferência “No Limiar do Século XX”, proferida originalmente na Faculdade de Direito de Recife (1933) e repetida na Associação Universitária da Bahia e no Teatro José de Alencar, em Fortaleza, e posteriormente enfeixada na Obra “A Quarta Humanidade”.

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